segunda-feira, 30 de junho de 2008

Cacuriá e Tambor de Crioula!!!!!!



Ássoc.Cultural de Capoeira São Jorge
valoriza o cacuriá divulgando ainda mais a cultura maranhense resolvemos publicar no nosso Blogger um pouco da historia...

Dança que integrar o folclore maranhense
Uma das mais bonitas manifestações folclóricas acaba de ser catalogada no Departamento de Turismo do Maranhão. Trata-se da quase inédita em São Luís — caixas, bambos de caixas ou baile de caixas, recentemente introduzido no folclore maranhense, tendo como seu criador, Alauriano Campos de Almeida, popular Lauro.

O cacuriá de caixas é uma dança folclórica muito conhecida em algumas regiões do hinterland maranhense, variando de nome, de região para região. No município de Guimarães (de onde veio para São Luís) é cacuriá, em Pinheiro, bambaê de caixas, e em Penalva, baile de caixas.

O batuque do cacuriá é muito semelhante ao do Divio Espírito Santo, mas as partes dançantes executam um ritmo muito engraçado, quando é formado de um cordão circular, com todos os pares e as caixeiras, saindo um casal de cada vez para o centro do círculo, e com um abano na mão, começam a dançar separados, chegando a se tocarem apenas com o abano, quando é feito o punga, e retornam ao cordão, dando lugar a outro par. As dançadeiras podem ser de qualquer idade, existe até 75 anos, e enquanto se desenvolve a dança, as caixeiras, em número de seis, cantam toadas ou desafio, de improviso, sendo acompanhadas, em coro, pelos dançantes.

Mistura de ritmo

Alauriano Campos de Almeida explica que a dança do cacuriá é uma mistura de samba, marcha e valsa e "chorado", o que exige muito esforço físico. Por isso é que as partes não passam de trinta minutos.

Lauro é responsável ainda, por quase todos os tipos de manifestações folclóricas de São Luís, como bumba-meu-boi, tambor de crioula, festa do Divino Espírito Santo, escola de samba (o Baralho do Samba) e presépio de palhinhas. Diz ele que fazer folclore no Maranhão é uma questão de se divertir, pois as ajudas oferecidas pelos órgãos públicos não compensam o trabalho dele e de sua esposa, Florinda Conceição Olímpio, responsável pela criação e confecção das fantasias de todos os tipos de manifestações folclóricas levadas a efeito por Lauro.
*Boa parte desse Artigo publicado em A Gazeta. São Paulo, 14 de outubro de 1975.

E, em primeira mão as letras de musicas do novo"CD" "Divino cacuriá de dona Teté"

Nossa senhora da guia

Nossa senhora da guia com a frente para o mar
Para ver seu bento filho que chegou de Portugal
Ta na hora, ta na hora de eu remar minha canoa
Santo antônio vai no leme cacuriá vai na proa
Vamos embora minha gente que já está ficando tarde
Vamos ver se alcançamos a nossa felicidade.


Festa do divino

Fui na festa do divino
me convidaram pra entrar ( Refrão)
Entrei dançando carimbo
Cantando cacuriá

Tu de lá e eu de cá
corre um riacho no meio
Tu de lá da um suspiro
eu daqui suspiro e meio

Meu divino espírito santo
Vos queira me ajudar
Me dando força e saúde
pra cantar cacuriá

Meu divino espírito santo
venha nos abençoar
dando força as minhas crianças
Pra dançar cacuriá

Adeus que eu já vou embora
a costa já vou virando
não sei quem fica atrás
que meus olhos vão chorando

Piriquitinho

Piriquitinho que vem de holanda
Os que bamba bamba bambaêê
Por cima do seu reinado
Os que bamba bamba bambaêê
Quando penso que estou de pé estou sentado
Os que bamba bamba bambaêê
Com minha caixa de lado
Os que bamba bamba bambaêê
toca caixa toca caixa
Os que bamba bamba bambaêê
Deixa laurindo raiar
Os que bamba bamba bambaêê
Laurindo tem por costume
Os que bamba bamba bambaêê
De mandar caixa parar
Os que bamba bamba bambaêê


Ouro em pó


Eu mandei pro rio
destrocar dinheiro (Refrão)
mandei ouro em pó
só me veio cruzeiro

atira de lá que eu pego
sem arredar o pé do lugar
eu estando na cabeceira
não deixo a caixa parar

senti saudades de ti
fui ver lá na ribeira
te encontrei sentado
na folha da jussareira

to chamando mestre Felipe
Felipe de siba
Pra tocar o seu tambor
No som de cacuriá

Camboa

Fui na praia pegar siri
Fui na praia pegar siri
O siri me mordeu eu sacudi
E os peixinhos da camboa
começaram a rir.

Passarinho Verde

Passarinho verde
Bateu asas pra voar
Bate as asas e abre o bico (Refrão)
Pra cantar cacuriá

É bonito o campo verde
Quando vem raiando aurora
Passarinho abre o bico
Bate as asas canta e chora

Lá vai uma lá vai duas
Minha laranja de cima
Minha cabeça e meu mestre
Meu juízo é quem me ensina

Tu quer ver como eu sou boa
Deixe o sereno me dar
me vem versos na cabeça
como letras no jornal

gente eu vou embora
eu não posso mais ficar
vou levando o meu povo
pra dançar cacuriá

Serra do mar

Siriri siriri, serra do mar
Eu também sei serrar, serra do mar
Ô serra ô serra, serra do mar
Eu também sei serrar, serra do mar
Chama suas caixeiras, serra do mar
Pra este mastro serrar, serra do mar
Ô serra ô serra, serra do mar
Eu também sei serrar, serra do mar
Chama dona teté, serra do mar
Pra este mastro serrar, serra do mar
Ô serra ô serra, serra do mar
Eu também sei serrar, serra do mar


Massariquinho

Massariquinho da beira da praia
Como é que a mulher roda a saia
É assim é assim é assim olelê
É assim que a mulher roda a saia

Garrafa de vinho

Minha garrafa de vinho
Sai cinza
Sai sai sai
Sai cinza

Jererê

Jererê jererê
Bota no copo
Que eu também
Quero beber

Valsa americana

Valsa americana
Valsa americana
Que veio de viana
Que veio de viana

Joguei meu anzol n’água
No pesqueiro de acará
Homem que não tem dinheiro
Teu caminho não é pra cá

Minha mãe me deu uma surra
Me chamou cara safada
Eu olhei pra minha mãe
Me calei não disse nada.

Adeus minha rosa branca
De branca perdeu a cor.
Se me perderes de vista
não me perca de amor.

Eu vou dar a despedida
Como deu a saracura
foi voando e foi dizendo
coisa boa não atura

cajual

um pé de caju
fiz um cajuá
eu não tenho medo (Refrão)
de me apresentar
com essa galera
dançando cacuriá

valei-me nossa senhora
são josé de ribamar
quero ver minhas meninas
botando a saia pra rodar.

Quando estou dentro da lera
Quero ver alerear
Quero ver os meus meninos
Todos se balancear

Quando eu sento a mão na caixa
Na vaqueta pra tocar
Me lembro da minha sorte
Que Deus tem para me dar

Escuta que eu vou dizer
Escuta que eu vou cantar
Vocês vão se arrumando
O lera eu quero cantar.

O patacho

Leva o patacho pra roça
Vê como tu vai cortar
capina bem direitinho
cuidado pra não te cortar

O patacho é bom
tu não vai te cortar (Refrão)
o patacho é bom
tu não vai te cortar

leva a pedra pra roça
para o patacho amolar
depois dele bem afiado
cuidado pra não te cortar

leva o patacho pra roça
para maniva arrancar
depois dela arrancada
cuidado pra não te cortar

leva o patacho pra roça
para poder capinar
capina bem direitinho
cuidado pra não te cortar.

O cantar do galo

Nelson brito me convidou
Pra dançar cacuriá
Quando eu cheguei na porta
Não deixaram eu entrar

O galo cantou
No romper da aurora (Refrão)
Todo mundo entrou
Eu fiquei de fora

Já não posso mais cantar
como antes eu já cantei
de cantar na terra alheia
até meu cantar mudei

Quando estou com a Rosa reis
Rosa reis estar mais eu
primeira quem faz é ela
a segunda faço eu.

*As letras foram retiradas da ficha tecnica do novo CD*
mais informações no site: www.laborarte.com.br.

Tambor de Crioula

manifestação cultural popular tipicamente maranhense. Praticada por descendentes de negros em louvor a São Benedito santo padroeiro dos negros no maranhão, e em outros lugares do Brasil. Dança alegre marcadas por muitos movimentos e descontração, no momento da festa dos brincantes a "Punga" ou "Pungada" é uma forma de convite para que outra dançarina assuma a evolução no centro da roda. Segundo os devotos a maioria dos pedidos atendidos pelo Santo as promessas são pagas com o tambor de crioula, dizem que ele adora festas de tambores.
Na Bateria conhecida como "parelha" ficam os tocadores, as dançarinas conhecidas como " Coreiras" formam um circulo e dançam homenageando os tambores.

O ponto alto é a “Punga” quando as mulheres encostam barriga com barriga para convidar outra coreira pra dançar ou quando são substituidas no meio do circulo.

O tambor de Crioula ganhou o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.